Os alicerces da nossa autoestima são
construídos na nossa infância. E a obra é realizada pelos pais. Normalmente, as
pessoas dotadas de uma autoestima sólida são o resultado de um amor
incondicional de seus pais. Infelizmente, os pais baseiam a educação a partir
de critérios como o desempenho escolar, o silêncio durante as refeições, comer
de boca fechada ou ainda a disposição da criança em nos agradar. É claro que é
extremamente necessário que se imponha limites. Mas sem excessos. Castigos
desumanos e humilhações de toda espécie, dão origem a fortes sentimentos de culpa,
vergonha e insegurança. Os pais que exageram e superprotegem seu filho, também
transmitem uma mensagem de que o considerada incapaz e o desvaloriza.
O amor próprio nasce na infância e sofre flutuações no decorrer da vida. O bom começo, como uma base sólida facilita muito, mas o que vem depois também ajuda e influencia na autoestima.
Resumindo, se por um lado não começamos bem, ao longo da vida temos novas oportunidades de resgatar e reconstruir nossa autoestima.
lembra-se da régua de 24 centímetros que representa as 24 horas que vivemos a cada dia? Pois bem, cabe a cada um de nós vivermos o papel de: nosso melhor amigo ou pior amigo. Afinal, quando nossas críticas se voltam para dentro de nós, fazemos julgamentos impiedosos de nossa própria pessoa e assumimos comportamentos destrutivos e expectativas pessimistas; desta forma somos nosso pior inimigo.
Isso acontece a partir do comportamento de educadores na infância que poderão ter promovido a nossa baixa autoestima por meio dos seguintes mecanismos: Culpa, Medo, Críticas e Ressentimento.
Mas, como é que ficamos nessa situação? Existe uma solução? Ou estamos sentenciados a levar as marcas da nossa educação imperfeita para o resto de nossas vidas? O que nos impede de fazer mudanças?
Vamos lembrar que somos dotados de liberdade de escolha e de um potencial enorme de nos autoconhecer, tomar decisões e reprogramar nossa vida.
Algo é indiscutível: a mente humana pode tanto destruir a autoestima como estimulá-la pelo uso de mecanismo e ferramentas que tem em si o poder de reconstruí-la. Veja:
Meditações, O riso,
Canto e Dança, Toque, Sexualidade e o contato com os animais:
Se eu procuro afirmações positivas, posso através da meditação, refletindo sobre um texto inspirador de um poema, por exemplo, refazer um fato vivido durante o dia e reconstruí-lo na próxima manhã. A sabedoria popular diz que rir pode ser um grande remédio. O cientista Albert Einstein já dizia que infeliz do homem que não ri de si próprio. Viver com alegria tudo o que se faz, mesmo nas complicações, melhora nossa autoestima. O que dizer então de cantar e dançar alegremente com a companheira (o), com os amigos. Afinal o toque durante a dança acaricia a alma; a massagem é efetiva contra a depressão, e mesmo dormir aconchegado pele contra pele pode, de baixar a pressão sanguínea e ampliar as ondas cerebrais a fortalecer o sistema imunológico. E a sexualidade? Na psicologia afirma-se que o prazer sexual e sensual é um sinal espontâneo enviado pelo eu mais profundo. Na verdade, diz a psicóloga Maria do Carmo Nacif de Carvalho, que como o amor e o riso, o verdadeiro prazer é uma emoção que não pode ser forçada, e é uma expressão do autêntico eu. Também o contato com os animais, é uma forma de desenvolvermos a saúde, a força do eu. Os animais não se importam se estamos perdendo a visão, não podemos andar ou se “quebramos” financeiramente. Tudo que querem é nos amar incondicionalmente. Isto nos faz sentir amados e detém o poder de levantar nosso moral e nossa autoestima de forma mais rápida do que em uma terapia. Finalmente, o contato com a natureza. Quem já não se elevou frente às ondas do mar? Ou na paz transmitida pela leveza das águas em um rio, sentiu uma crescente sensação de bem-estar? Se soubermos respeitar a natureza e viver com as plantas e os animais, certamente elevaremos nossa autoestima.
AUTOESTIMA E TRABALHO
Voltemos ao trabalho, já que é através dele que sustentamos nossa existência. Para melhor desempenhá-lo precisamos de metas e esforços produtivos. Caso contrário continuamos a ser crianças. Então a autora afirma que temos de responder as seguintes perguntas: “O que precisa ser feito? Como posso melhorar minha situação? Como vou sair desse impasse? Como posso aproveitar melhor minha energia? Como posso corrigir a situação?”
No trabalho encontramos pessoas que assumem atitudes passivas ou ativas. As pessoas responsáveis não buscam desculpas. Dirigem-se sempre para a busca de solução. Certo? Pois muito bem, encontramos em todas as organizações os dois tipos de pessoas, as que esperam que as soluções partam de outros e aquelas que assumem as responsabilidades de encontra-las. Em resumo:
Organizações eficientes são compostas por colaboradores responsáveis.
Neste panorama, é inegável que a autoestima, que sempre foi uma necessidade pessoal imprescindível, ganhou nova importância nas últimas décadas. Nossa sobrevivência tem uma relação estreita com o cultivo da autoestima. Os fracassos das empresas estão em grande parte relacionados ao medo de tomar decisões por parte dos executivos. Por tudo isto:
Nunca se fez tão necessário e fundamental que as pessoas possuam um nível saudável de autoestima.
Fatores que contribuem para esta
necessidade:
1.
A
contínua e progressiva explosão de novas tecnologias, produtos e serviços.
Individuos conscientes, que quiserem progredir na sua carreira, não podem se
acomodar no conhecimento nas habilidades
do passado. Os avanços e as descobertas científicas e tecnológicas se desenvolvem
numa velocidade sem precedentes.
2.
O
aparecimento de uma economia global cuja competitividade desafia nossa
engenhosidade e a confiança que temos em nós mesmos. A competição global é um
estímulo muito mais poderoso à inovação do que a competição doméstica. Cada
cultura tem suas perspectivas próprias, outras maneiras de encarar as coisas.
Ao mesmo empo que essas ideias enriquecem o pensamento organizacional, exige-se
um nível mais alto de autoestima e de competência para se disputar nesse
cenário.
3.
A
mudança da economia de industrial para informatizada, a diminuição de
trabalhadores braçais. Hoje a demanda é por trabalhadores do conhecimento. No
passado, um operário com baixa autoestima podia funcionar com eficiência num
ambiente formado pelos mais bem habilitados. Porém hoje o acesso a trabalhos
decentes exige instrução e treinamento. Na complexidade das organizações se
fazem necessários especialistas de todo o tipo, como sua integração numa equipe
eficiente. Nesse esquema a competência
interpessoal é altamente valorizada. E a baixa autoestima compromete essa
competência.
4.
As
pessoas em todos os níveis são cada vez mais solicitadas a se autogerenciarem, a serem responsáveis, a
inovarem e a contribuírem com a prioridade máxima, independentemente de pertencerem
a cúpula das organizações.
5.
Quanto
mais instável for a economia e mais rápida a velocidade da mudança, mais
necessária a existência de um grande número de pessoas com boa autoestima.
Sabemos que há uma relação direta entre baixa
autoestima e o apego ao que é conhecido e familiar. Consequentemente, na
história do mundo, a baixa autoestima nunca foi tão desvantajosa economicamente
como hoje.
A organização bem-sucedida de hoje e
do futuro será aquela voltada para o aprendizado contínuo e para a autoestima.
Fonte: Gestão
Estratégica. Carvalho, Maria do Carmo Nacif. Editora LTC.
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