quinta-feira, 4 de outubro de 2012

AUTOESTIMA


2.1 AUTOESTIMA
Não há como falar de Autoestima sem falar de Amor. E para compreendê-lo, é importante prosseguir a nossa caminhada pelo “conhece-te a ti mesmo” do filósofo Sócrates. Entretanto, antes de compreender o que significa ”amar-se a si próprio”, vamos entender o que significa amar os outros. O amor significa:

1.       O amor afirma o valor único e incondicional do ser amado.
2.       O amor reconhece e tenta satisfazer as necessidades do ser amado.
3.       O amor perdoa e esquece as falhas do ser amado.

Quando se diz “ame o próximo como a si mesmo”; entendemos que qualquer coisa que façamos ao nosso próximo, devemos também fazer conosco. Para entender isto, tente se imaginar no lugar da outra pessoa, a quem deve amar de verdade. E se pergunte:

1.       Você realmente tenta considerar e realizar suas necessidades?
2.       Você realmente se perdoa por suas faltas e erros?
3.       Você pensa em si próprio tão gentil e carinhosamente quanto pensa nas pessoas a quem mais ama?
4.       Você se oferece a mesma compreensão que oferece a elas?

Essa necessidade humana pode ser chamada de autoamor, autoapreciação ou como vamos chamar aqui de autoestima, mas uma coisa é certa: essa necessidade não pode ser seriamente frustrada sem que haja uma quebra geral de toda personalidade.  A psicóloga Maria do Carmo Nacif de Carvalho, em seu livro afirma: Podemos fazer duas considerações: a primeira é que todos os problemas psicológicos, da neurose mais leve à psicose mais profunda, são sintomas da frustração dessa necessidade humana básica: o sentido de valor pessoal.

A segunda é que a autoimagem de qualquer ser humano é que vai determinar radicalmente seu comportamento consigo mesmo e com os outros.
Acredita-se que o ser humano encontrará uma vida satisfatória na medida em que acreditar e estimar a si mesmo.

2.1.1. A Atitude de Autoaceitação.
      A autoestima implica autoaceitação, e é impossível uma existir sem a existência de outra. Enquanto a autoestima é um sentimento que experimentamos, a autoaceitação implica o que fazemos, é a recusa em manter um relacionamento antagônico (contrário) consigo mesmo, é estar ao próprio favor. Esta atitude é essencialmente importante, porque pode estimular o individuo a encarar o que for para se encontrar interiormente, sem se odiar ou repudiar seu valor como pessoa ou renunciar ao desejo de viver.

            “Aceitar” implica mais do que simplesmente reconhecer ou admitir. Envolve nossa abertura para experimentar, isto é, tornar real para nós mesmos, sem negações, que nós pensamos o que fazemos, desejamos o que desejamos, fizemos o      que fizemos e que somos o que somos. Se sinto raiva, dor, medo ou um desejo inconveniente, é isso que estou sentindo, sem racionalizar, negar ou tentar explicar. Sinto o que sinto e aceito a experiência.

            Para ilustrar leia a estória de um avô que conversa com seu neto:  
O neto aproxima-se do avô cheio de raiva no coração porque seu melhor amigo havia cometido uma injustiça:
O velho diz:
- “Deixe-me contar-lhe uma história.”
“Muitas vezes senti grande ódio daqueles que ‘aprontaram’ – especialmente quando percebia a maldade ou quando eles não se arrependiam.”
“Todavia, com o tempo aprendi que o ódio nos corrói, mas não fere seu inimigo.”
“É como tomar veneno ao desejar que o inimigo morra.”
“Passei a lutar contra esses sentimentos”.
E o experiente homem continuou:
“Tenho a sensação de que existem dois lobos dentro de mim. Um dos lobos é bom, só quer o bem, e não magoa ninguém. Esse lobo vive em harmonia com o universo ao seu redor, e não se ofende, não fica vendo, no que não entende, agressões. Esse lobo só luta quando é certo lutar, e quando luta, o faz da maneira correta.”
“Mas, ah! o outro lobo é cheio de raiva. Mesmo pequeninas coisas provocam sua ira ! Ele briga com todos, o tempo todo, sem motivo. Ele não consegue nem pensar, porque sua raiva e seu ódio são tão grandes que ocupam toda sua energia mental. É uma raiva inútil, porque essa raiva não mudará o mundo ! Às vezes, é difícil conviver com os dois lobos dentro de mim, porque ambos tentam dominar meu espírito”.
O garoto – atento – olhou intensamente nos olhos do Avô e carinhosamente perguntou:
“Qual deles vence, Vovô?”
O Avô sorriu e respondeu baixinho:
“Aquele que eu alimento mais frequentemente”

            Quanto admito o erro, estou pronto para aprender com ele e caminhar para uma transformação. É preciso lembrar que aceitar não significa apreciar, ter prazer ou aprovar. O que me mantêm imobilizado não é  aceitação e sim a negação. A motivação de mudar surge quando não negamos a realidade. E aceitamos o que não podemos mudar. Esta postura nos torna mais fortes e centrados.

            Nas palavras do teólogo estadunidense: 
            Concedei-nos Senhor, Serenidade necessária, para aceitar as coisas que não podemos modificar, Coragem para modificar aquelas que podemos e Sabedoria para distinguirmos umas das outras.”
Reihold Niebuhr

2.1.2 A Atitude de Autorresponsabilidade.
            A autoestima começa quando examinamos nossos verdadeiros sentimentos, conhecemos nossa história e decidimos reescrevê-la, responsabilizando-nos por um roteiro mais digno, no qual coexistem relações mais saudáveis conosco, com os outros e com a vida, que deve ser encarada como um processo de aprendizagem e evolução.

            A atitude de autorresponsabilidade é essencial para nos sentirmos competentes perante a vida. Implica que precisamos sentir que temos algum controle sobre nossa. Vida

Fonte: Relacionamento Interpessoal. Gestão Estratégica.
 Maria do Carmos Nacif de Carvalho. Editora LTC. 

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