2.1 AUTOESTIMA
Não há como falar de Autoestima sem
falar de Amor. E para compreendê-lo, é importante prosseguir a nossa caminhada
pelo “conhece-te a ti mesmo” do filósofo Sócrates. Entretanto, antes de
compreender o que significa ”amar-se a si próprio”, vamos entender o que
significa amar os outros. O amor significa:
1.
O amor afirma o valor único e
incondicional do ser amado.
2.
O amor reconhece e tenta satisfazer as
necessidades do ser amado.
3.
O amor perdoa e esquece as falhas do
ser amado.
Quando se diz “ame o próximo como a si mesmo”; entendemos que qualquer coisa que
façamos ao nosso próximo, devemos também fazer conosco. Para entender isto,
tente se imaginar no lugar da outra pessoa, a quem deve amar de verdade. E se
pergunte:
1. Você realmente tenta considerar e realizar suas necessidades?
2. Você realmente se perdoa por suas faltas e erros?
3. Você pensa em si próprio tão gentil e carinhosamente quanto pensa nas
pessoas a quem mais ama?
4. Você se oferece a mesma compreensão que oferece a elas?
Essa necessidade humana pode ser
chamada de autoamor, autoapreciação ou
como vamos chamar aqui de autoestima,
mas uma coisa é certa: essa necessidade não pode ser seriamente frustrada
sem que haja uma quebra geral de toda personalidade. A psicóloga Maria do Carmo Nacif de Carvalho,
em seu livro afirma: Podemos fazer duas considerações: a primeira é que todos
os problemas psicológicos, da neurose mais leve à psicose mais profunda, são
sintomas da frustração dessa necessidade humana básica: o sentido de valor pessoal.
A segunda é que a autoimagem de
qualquer ser humano é que vai determinar radicalmente seu comportamento consigo
mesmo e com os outros.
Acredita-se que o ser humano
encontrará uma vida satisfatória na medida em que acreditar e estimar a si mesmo.
2.1.1. A Atitude de Autoaceitação.
A autoestima implica
autoaceitação, e é impossível uma existir sem a existência de outra. Enquanto a
autoestima é um sentimento que experimentamos, a autoaceitação implica o que
fazemos, é a recusa em manter um relacionamento antagônico (contrário) consigo
mesmo, é estar ao próprio favor. Esta atitude é essencialmente importante,
porque pode estimular o individuo a encarar o que for para se encontrar
interiormente, sem se odiar ou repudiar seu valor como pessoa ou renunciar ao
desejo de viver.
“Aceitar” implica mais do que simplesmente
reconhecer ou admitir. Envolve nossa abertura para experimentar, isto é, tornar
real para nós mesmos, sem negações, que nós pensamos o que fazemos, desejamos o
que desejamos, fizemos o que fizemos
e que somos o que somos. Se sinto raiva, dor, medo ou um desejo inconveniente,
é isso que estou sentindo, sem racionalizar, negar ou tentar explicar. Sinto
o que sinto e aceito a experiência.
Para ilustrar leia a estória de um
avô que conversa com seu neto:
O
neto aproxima-se do avô cheio de raiva no coração porque seu melhor amigo havia
cometido uma injustiça:
O velho diz:
- “Deixe-me contar-lhe uma história.”
“Muitas vezes senti grande ódio daqueles que
‘aprontaram’ – especialmente quando percebia a maldade ou quando eles não se
arrependiam.”
“Todavia, com o tempo aprendi que o ódio nos corrói,
mas não fere seu inimigo.”
“É como tomar veneno ao desejar que o inimigo morra.”
“Passei a lutar contra esses sentimentos”.
E o experiente homem continuou:
“Tenho a sensação de que existem dois lobos dentro de
mim. Um dos lobos é bom, só quer o bem, e não magoa ninguém. Esse lobo vive em
harmonia com o universo ao seu redor, e não se ofende, não fica vendo, no que
não entende, agressões. Esse lobo só luta quando é certo lutar, e quando luta,
o faz da maneira correta.”
“Mas, ah! o outro lobo é cheio de raiva. Mesmo
pequeninas coisas provocam sua ira ! Ele briga com todos, o tempo todo, sem
motivo. Ele não consegue nem pensar, porque sua raiva e seu ódio são tão
grandes que ocupam toda sua energia mental. É uma raiva inútil, porque essa
raiva não mudará o mundo ! Às vezes, é difícil conviver com os dois lobos
dentro de mim, porque ambos tentam dominar meu espírito”.
O garoto – atento – olhou intensamente nos olhos do
Avô e carinhosamente perguntou:
“Qual deles vence, Vovô?”
O Avô sorriu e respondeu baixinho:
“Aquele que eu alimento mais frequentemente”
Quanto admito o erro, estou pronto
para aprender com ele e caminhar para uma transformação. É preciso lembrar que
aceitar não significa apreciar, ter prazer ou aprovar. O que me mantêm
imobilizado não é aceitação e sim a
negação. A motivação de mudar surge quando não negamos a realidade. E aceitamos
o que não podemos mudar. Esta postura nos torna mais fortes e centrados.
Nas palavras do teólogo
estadunidense:
“Concedei-nos
Senhor, Serenidade necessária, para aceitar as coisas que não podemos
modificar, Coragem para modificar aquelas que podemos e Sabedoria para
distinguirmos umas das outras.”
Reihold Niebuhr
2.1.2 A Atitude de Autorresponsabilidade.
A
autoestima começa quando examinamos nossos verdadeiros sentimentos, conhecemos
nossa história e decidimos reescrevê-la, responsabilizando-nos por um roteiro
mais digno, no qual coexistem relações mais saudáveis conosco, com os outros e
com a vida, que deve ser encarada como um processo de aprendizagem e evolução.
A atitude de autorresponsabilidade é
essencial para nos sentirmos competentes perante a vida. Implica que precisamos
sentir que temos algum controle sobre nossa. Vida
Fonte:
Relacionamento Interpessoal. Gestão Estratégica.
Maria do Carmos Nacif de Carvalho. Editora LTC.
Maria do Carmos Nacif de Carvalho. Editora LTC.
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